sábado, 31 de maio de 2008

Down

free music

musica: Down
interprete: Dave Gahan
álbum: Hourglass, 2007


"I need some company
I need you tonight
You don't have to talk to me
And don't be polite

Take my body and soul
I feel so old

Down
On the ground
There's no one around
And the snow is falling
Down
On the ground
It's where I'm bound
To be up by morning
Down

Just lay down beside of me
You know what I like
Take what you want from me
We don't have to fight

Take my body and should
I feel so old

Down
On the ground
There's no one around
And the snow is falling
Down
On the ground
It's where I'm bound
To be up by morning
Down

And you comfort me
Until my legs go weak
Hold me closer
We won't speak

Down
On the ground
There's no one around
And the snow is falling
Down
On the ground
It's where I'm bound
To be up by morning
Down

Oh we all keep falling
All down
And the world keeps turning"

NoiteBranca, a 50ª

"AMAS-ME... !?."
(em jeito de homenagem às duas / B.ilhete de I.da)

Desejos de uma noite não "branca".

quinta-feira, 29 de maio de 2008

(a) Prostituição | Maldoror

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musica: A Prostituição
interprete: Mão Morta
álbum: Maldoror, 2008

“Fiz um pacto com a prostituição para semear a desordem nas famílias. Recordo-me da noite que precedeu esta perigosa ligação. Vi um túmulo à minha frente. Ouvi um pirilampo, tão grande como uma casa, que me disse: «Vou alumiar-te. Lê a inscrição. Não é de mim que vem esta ordem suprema.» Uma vasta luz cor de sangue, em face da qual me bateram os dentes e me caíram, inertes, os braços, espalhou-se nos horizontes. Eu encostei-me a um muro em ruínas, pois estava quase a cair, e li: «Aqui jaz um adolescente que morreu de tisica: bem sabeis porquê. Não oreis por ele.» Talvez muitos homens não tivessem tido a coragem que eu tive. Enquanto isto, veio uma bela mulher nua deitar-se-me aos pés. E eu, para ela, de rosto triste: «Podes levantar-te.» Estendi-lhe a mão com que o fratricida corta o pescoço à irmã. E disse-me o pirilampo: «Pega numa pedra e mata-a.» «Porquê?», disse-lhe eu. E ele: «Toma cuidado contigo, tu que és mais fraco, porque eu sou o mais forte. Esta chama-se Prostituição.» De lágrimas nos olhos e raiva no coração, senti nascer em mim uma força desconhecida. Peguei numa grande pedra; depois de muitos esforços, ergui-a a custo à altura do peito; coloquei-a em cima do ombro com os braços. Subi a uma montanha até ao alto; dali, esmaguei o pirilampo. A cabeça enterro-se-lhe na terra à profundidade da altura de um homem; a pedra ressaltou até à altura de seis igrejas. Foi cair num lago, cujas águas baixaram por um instante, revirando-se, cavando um imenso cone invertido. A calma voltou à superfície; a luz de sangue deixou de brilhar. «Oh! - gritou a bela mulher nua -, que fizeste?» E eu para ela: «Prefiro-te a ele, porque tenho piedade dos infelizes. Não tens culpa por a justiça eterna te ter criado.» E ela: «Virá o dia em que os homens me farão justiça; nada mais te digo. Deixa-me partir, para ir esconder no fundo do mar a minha tristeza infinita. Só tu e os monstros repelentes que fervilham nesses negros abismos me não desprezam. Tu és bom. Adeus, a ti que me deste amor!» E eu para ela: «Adeus! Mais uma vez: adeus! Hei-de amar-te sempre!... A partir de hoje abandono a virtude.» Eis por que, ó povos, quando ouvirdes o vento do Inverno gemer por sobre o mar e junto às praias, ou por cima de grandes cidades que há muito vestiram luto por mim, ou através das frias regiões polares, dizei: «Não é o espírito de Deus que passa: é apenas o agudo suspiro da prostituição, unidos aos gemidos graves do Montevidense.» Filhos, sou eu que vo-lo digo. Então, cheios de misericórdia, ajoelhai-vos; e que os homens, mais numerosos que os piolhos, façam longas orações.”

por: Isidore Ducasse (Conde de Lautréamont), "Os Cantos de Maldoror (canto 1)"; paginas 27 e 28. Edições Quasi

...profundidade

“(...)
Ó velho oceano, os homens, apesar da excelência dos seus métodos, não conseguiram ainda, ajudados pelos meios de investigação da ciência, medir a profundidade vertiginosa dos teus abismos; abismos há em ti que as longas sondas, e as mais pesadas, confessaram ser inacessíveis. Aos peixes... isso é permitido; não aos homens. A mim mesmo perguntei por vezes que seria mais fácil de conhecer: a profundidade do oceano ou a profundidade do coração humano? Muitas vezes, com a mão em pala sobre a testa, de pé nos barcos, enquanto a lua se balançava entre os mastros de um modo irregular, surpreendi-me abstraído de tudo o que não era o fim que pretendia, ao esforçar-me por resolver este difícil problema! Sim, qual o mais profundo, o mais impenetrável, o oceano ou o coração humano? Se trinta anos de experiência da vida podem até certo ponto inclinar a balança para uma ou outra destas soluções, seja-me permitido dizer que, apesar da profundidade do oceano, não se pode comparar, quanto a esta propriedade, com a profundidade do coração humano. Já convivi com homens virtuosos. Morriam aos sessenta anos e toda a gente exclamava: «Praticaram o bem neste mundo, quer dizer, praticaram a caridade: eis tudo, não é esperteza nenhuma, todos podem fazer o mesmo.» Quem pode compreender o motivo porque dois amantes que ainda ontem se adoravam se afastam, por causa de uma palavra mal interpretada, um para Oriente e outro para Ocidente, com os aguilhões do ódio, da vingança, do amor e do remorso, e nunca mais se vêem, ambos embrulhados no seu solitário orgulho? É um milagre que todos os dias se repete e que nem por isso é menos miraculoso. Quem pode compreender a razão pela qual as pessoas saboreiam não apenas as desgraças dos seus semelhantes, mas também as particulares dos seus amigos mais queridos, apesar de ao mesmo tempo sentirem aflição? Um exemplo incontestável para fechar a série: o homem diz hipocritamente que sim e pensa que não. (...)”

por: Isidore Ducasse (Conde de Lautréamont), "Os Cantos de Maldoror (canto 1)"; paginas 34 e 35. Edições Quasi

quarta-feira, 28 de maio de 2008

NoiteBranca, a 49ª ["vícios e ódio"]

Odeio que me vasculhes a vida,
Odeio que fiques a saber o que penso,
Odeio os teus silêncios,
Odeio o modo como me lês,
e Odeio a ideia de que possas conhecer as entranhas da minha essência!

E é com este "ódio"que alimentas os meus “vícios” de aqui estar e de ser...

(Cinco "ódios" e dois "vícios")


Desejo-te, desta, uma noite "branca"!

sábado, 24 de maio de 2008

"Come away with Me" - Norah Jones

sugestão musical da semana:

musica: Come Away With Me
interprete: Norah Jones
álbum: Come away with Me, 2002

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Cinema | "My Blueberry Nights"

Fui hoje ver a 1ª incursão do realizador chinês Wong Kar Wai pela América (EUA). o filme "My blueberry Nights (Ao sabor do Amor)". Quem conhece algum do trabalho do realizador em questão pode talvez achar o filme demasiado "americanizado" (com muita acção), não acho que assim seja. É sem sombra de duvidas um filme de Kar-Wai, o realizador e a sua marca estão lá desde o 1º ao ultimo segundo do filme.
Belíssimo, uma história (de amor, como é habitual no realizador) simples, despretensioso, com as pausas e os silêncios necessários, com planos de filmagem, ângulos e texturas fabulosos [belos], banda sonora sublime e uma surpreendente capacidade de interpretação enquanto actriz da cantora Norah Jones... Filme a rever sem duvida!

Aqui deixo o trailer:

filme: My Blueberry Nights, 2007
realização: Wong Kar-Wai

"Helter Skelter"

Confesso, não sou grande fâ dos Beatles, mas reconheço também que fizeram algumas musicas de extrema qualidade... cá vai a minha preferida: Helter Skelter (mais umas covers da mesma)

free music

interprete: The Beatles
álbum: The White Album, 1968


"Helter Skelter é uma canção dos Beatles do disco intitulado "The Beatles", o mundialmente conhecido "White Album", ou "Album Branco" (em função de sua capa ser totalmente branca), lançado em 1968.

É considerada a canção mais pesada dos Beatles, e precursora do que, anos depois, viria a ser o heavy metal.

No final desta canção, Ringo Starr, o baterista, grita raivosamente: "I've got blisters on my fingers!" (estou com bolhas nos meus dedos). É como se esta frase fosse o empurrãozinho final para que outras bandas começassem a criar um som mais pesado. Claro que já existiam músicas até mais pesadas na época, mas Helter Skelter teve grande importância na história da música.

Há rumores de que exista uma versão de 27 minutos de Helter Skelter, mas até hoje esse boato não foi confirmado e não passa de apenas uma grande dúvida que todos os beatlemaníacos torcem para que seja verdadeira.

Um assassino chamado Charles Manson dizia que essa canção escondia mensagens subliminares, inspirando-o a cometer uma série de assassinatos. Entre os dias 09 e 10 de agosto de 1969, a "família Manson" cometeu duas chacinas em Hollywood e escreveu nas paredes "Helter Skelter" com o sangue das vítimas.

Obtido em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Helter_Skelter"


interprete: Siouxsie & The Banshees
álbum: The Scream, 1978


free music

interprete: U2
álbum: Rattle and Hum, 1988


free music

interprete: Dana Fuchs (do filme "Across the Universe", 2007)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

(des)motivação...

(des)motivação...


Para tudo necessitamos de um motivo, de um estimulo, do algo que nos faça avançar, daquela força invisível que nos empurra na direcção certa...

Perdida esta força, muito pouco resta... nada! Divagamos por um Oceano de Coisa Nenhuma onde nada se consegue ou quer fazer, onde tudo aborrece [sobretudo o próprio] nada “sai bem”... acabando por entrar num ciclo de inercia [e inépcia talvez?] viciosa que no silencio nos afoga lentamente e sem dor no Oceano de Coisa Nenhuma...


Preciso de estimulo e motivação...

sábado, 17 de maio de 2008

"Reversion" - Rome


musica: Reversion
interprete: Rome
álbum: Nera, 2006


quinta-feira, 15 de maio de 2008

... errada vida

"... é assim a vida quando errada, dormimos quando deveríamos vigiar, vamos quando deveríamos vir, fechamos a janela quando a deveríamos ter aberto."

J.Saramago em: "O ano da Morte de Ricardo Reis"

domingo, 11 de maio de 2008

"Rainbowarriors" - CocoRosie

Sugestão musical da semana:

musica: Rainbowarriors
interprete: CocoRosie
álbum: The Adventures of Ghosthorse and Stillborn, 2007

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Abismo

(foto e edição: Mauro Correia)
Barragem/represa de Ranhados, concelho da Mêda (Abril de 2008)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dança Macabra

DANÇA MACABRA:
Tema literário e iconográfico relacionado com as epidemias (sobretudo a peste negra), do século XIII ao XVI
free music

(clicar no play para ouvir)
musica: Danse Macabre
autor: Camille Saint-Saëns


"La Danse Macabre, também chamada Dança Macabra, Dança da Morte, La Danza Macabra, ou Totentanz, é uma alegoria do final do período medieval sobre a universalidade da morte: não importa o estatuto de uma pessoa em vida, a dança da morte une a todos. La Danse Macabre consiste na representação de uma Morte personificada conduzindo uma fileira de figuras de todos os estratos sociais dançando em direcção aos seus túmulos — sendo típico representarem-se: um imperador, rei, papa, monge, adolescente e bela mulher, todos apresentados como esqueletos. Estas representações foram produzidas sob o impacto da Peste Negra, que lembrou as pessoas de quão frágeis eram suas vidas e quão vãs eram as glórias da vida terrena.

O exemplo artístico mais antigo é o cemitério pintado a fresco da Église des St. Innocents (Igreja dos Santos Inocentes, em francês) em Paris (1424). Há também trabalhos por Konrad Witz em Basiléia (1440), Bernt Notke em Lübeck (1463) e xilogravuras por Hans Holbein, o Jovem (1538).

As cenas finais do filme O Sétimo Selo por Ingmar Bergman retratam um tipo de Danse Macabre.

Israil Bercovici afirma que a Danse Macabre originou-se entre os judeus sefardins no século XIV na Espanha. [Bercovici, 1992, 27]."

em: http://pt.wikipedia.org/?title=Dance_of_Death


"O comet’inganni
Se pensi che gl’anni
Non hann’da finire,
Bisogna morire

(Como estás enganado
Se pensas que os anos
Não vão terminar
É preciso morrer)"



“A palavra peste não continha apenas o que a ciência desejaria nela definir, mas uma longa procissão de imagens extraordinárias...”

Albert Camus, La peste. Paris, Gallimard, 1947 (Collection Folio, 1992); p.43.


terça-feira, 6 de maio de 2008

...

...as Palavras foram-nos dadas para sermos capazes de disfarçar os Pensamentos...

De pequenino...

.... é que se aprende a ser cruel com os animais!

"Atirei o Pau ao gato,
mas o gato, não morreu,
Dona Chica, assustou-se
Com o berro, com o berro
Que o gato deu, miauuu."

Atirar paus a gatos com o intuito de os matar e regozijo com os berros (gritos de dor!) do pobre do gato...
Posso andar por aí a atirar (ou bater) com paus aos imbecis que se lembram de melodias tão belas e didácticas como esta, e que as ensinam desde o jardim escola? hein!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

"O que há em mim é sobretudo Cansaço"

"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço..."

por:Álvaro de Campos

domingo, 4 de maio de 2008

Sugestão Musical da Semana

A sugestão musical desta semana é Dave Gahan (para quem não sabe o vocalista dos Depeche Mode) e o seu mais recente trabalho a solo "Hourglass".
Espero que gostem...


musica: Kingdom


musica: Saw Something

Ambas as musicas têm como interprete Dave Gahan e são do álbum Hourglass, 2007