domingo, 26 de abril de 2009

Sugestão musical da semana


musica: A Case of You (Joni Mitchell cover), live
interprete: Diana Krall
álbum: Live in Paris (DVD), 2004

domingo, 19 de abril de 2009

"Through Her Eyes"

Sugestão musical (live) da semana:

musica: Through Her Eyes
interprete: Dream Theater
álbum: Metropolis live, 2000 (DVD)



Que tenhais uma semana em cheio...
Abraços

sábado, 18 de abril de 2009

Impressões [7]

Cheguei faz pouco tempo das urgências do hospital de Lagos, onde confirmei ter uma entorse no tornozelo direito devido a um "mau jeito" que dei ontem... agora é repouso e esperar estar em condições para trabalhar 2ª feira.

Enquanto esperava para ser atendido - e a espera foi longa como é costume - entrou na sala das urgências um homem, idoso, em cadeira de rodas - guiado pela sua atenciosa e carinhosa esposa - cujo estado em pouco ou nada diferenciava de um cadáver, de um vegetal - um morto-vivo - onde apenas fui capaz de perceber a existência de vida através dos olhos... [esta realidade deixou-me enjoado, senti pena, senti-me incapaz perante a vida, a realidade do momento]... não consegui deixar de imaginar-me preso num corpo que não funcionasse, ou que tivesse deixado de o fazer, com a consciência e a lucidez própria desse (hipotético) estado... é a ideia mais assustadora que me pode surgir (e surge-me de tempos a tempos!). Gostaria que me terminassem com o calvário....

Afinal quão (des)humana é ou não a morte (assistida)?

Impressões [6 - dois frames de noite em Lagos]


Descanso dos "guerreiros" após mais uma dura semana, com chuva, de trabalho...
Fotografias por Mauro Correia, 17 Abril de 2009 (com o telemóvel)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

mar & açúcar

"Sempre me lembro de ter ouvido o mar. Da mistura com o vento nas folhas das palmeiras bravas, um vento que nunca deixa de soprar, mesmo quando nos afastamos da costa e avançamos canaviais adentro: é o ruído de fundo que acompanha a minha infância. Ouço-o agora, no mais íntimo de mim, e levo-o comigo para onde quer que vá.

(...)

"Na escuridão, penso no mar como se fosse uma pessoa humana, com todos os sentidos despertos para melhor o ouvir chegar, para melhor o receber. As vagas gigantescas cavalgam os recifes, vêm desabar na laguna e o estouro faz vibrar a terra e o ar como um caldeirão. Ouço-o, o mar mexe, respira.
(...)"

[página: 9]

"(...)

Há um cheiro acre no ar, o cheiro da seiva das canas de açúcar, da poeira, do suor dos homens. Um pouco atordoados, caminhamos corremos em direcção às casas de Tamarindo, onde chegam os carregamentos de cana. Ninguém repara em nós. Há tanta poeira nos caminhos que já estamos vermelhos dos pés à cabeça, e a nossa roupa assemelha-se a gunnies. Muitas crianças correm a nosso lado pelos caminhos, indianos, caíres, comem as canas caídas dos carros de bois. Toda a gente se encaminha para a fábrica de açucar, a fim de ver as prensas a trabalhar.
Finalmente, estamos diante dos edifícios. Sinto algum receio, pois é a primeira vez que venho aqui. Diante da alta parece caiada, detêm-se as vagonetas e os homens descarregam as canas que vão ser lançadas nos cilindros. A caldeira exala um fumo denso, arruçado, que escurece o céu e nos sufoca quando o vento o desvia na nossa direcção. Há barulho e jactos de vapor por todo o lado. Mesmo à nossa frente, vejo o grupo de homens que mete na fornalha o bagaço das canas esmagadas. Estão quase nús, como titãs, com o suor a escorrer-lhes pelas costas negras, de rostos crispados pelo calor ardente. Não dizem nada. Limitam-se a pegar no bagaço e a lança-lo no forno às braçadas, gritando de cada vez: han!
(...)

"(...) O ruído, o calor, o vapor são tais que que a cabeça me anda à roda. O suco claro escorre sobre os cilindros e vai cair nas tinas ferventes. Junto das centrifugadoras, estão as crianças. Descubro Ferdinand: está à espera, de pé diante da tina que gira lentamente enquanto a calda espessa acaba de arrefecer. Há uma forte ondulação na tina, o açucar escorre por terra, pende em cuágulos negros que rolam pelo chão coberto de folhas e de palha. As crianças acorrem aos gritos, apanham os pedaços de açucar e afastam-se para ir chupa-los ao sol.

(...)"

[página: 16 e 17]

exertos de: "O Caçador de Tesouros" (Ed. Assírio & Alvim; colecção o Imáginário: nº: 27)
por: J.M.G. le Clézio

quinta-feira, 16 de abril de 2009

NoiteBranca, a 63ª [handicap e/ou assalto de dúvida]

Faz hoje precisamente três meses e dez dias que me encontro a trabalhar naquilo para o que andei durante 4 anos a estudar na faculdade - Arqueologia... terminaram as escavações de Verão e em regime de voluntariado, terminaram os trabalhos pontuais, agora sou oficialmente um trabalhador (a recibos-verdes, mas ainda assim...).
Este inicio tem sido um misto de dificuldades e benesses. A benesse, o ter enviado currículos em finais de Dezembro (2008) e ter sido contactado para colaborar em trabalhos logo no dia 2 de Janeiro e desde então continuo a colaborar com a mesma empresa (Dryas Arqueologia lda.) sem ter tido ainda a necessidade de voltar a procurar (algo que colegas meus continuam ainda a fazer, já desesperadamente, sem que nada lhes surja!) ou ficado "desempregado". Estarão a gostar do meu trabalho? Espero que sim, pois aqui tenho aprendido bastante (os metodos de trabalho e de registo são louváveis no contexto real daquilo que é a arqueologia de emergência em Portugal) e o ambiente (as possoas) é bom... mas, há sempre um mas para mim, tenho estado a trabalhar (trabalho muitas das vezes duro e à mercê do clima) em locais no minimo a 500 kms de casa e sinto, a cada dia que passa, que não tenho perfil para uma vida nómada, sou um tipo de hábitos e que necessita de "almofadas" para não entrar em atitudes separatistas de isolamento, em depressão (posso mesmo, sem me dar conta de tal na maior parte das vezes, tornar a minha antisocialidade em atitudes "agressivas") - espero a breve trexo conseguir superar este meu handicap...

A preocupação assalta-me cada dia mais violentamente, tenho eu perfil para a Arqueologia (ser arqueólogo)?

A todos desejo, mais uma vez, uma noite não "branca"!

Impressões [5 - Ponta da Piedade]




A Ponta da Piedade em Lagos (Algarve, Portugal) parece um daqueles postais que vemos a promover o turismo do/no Algarve...

E é nesta cidade que estou a trabalhar numa escavação arqueológica (PAVd) nas ruínas de uma Gafaria (hospital/asilo para leprosos) dos séculos VXI/XVII...

(fotos e edição por Mauro Correia, 28 de Março de 2009)

domingo, 12 de abril de 2009

"Kick out the Jams"

Silêncio (yeah!):

música: Kick out the Jams (live in Chicago, 1995)
interprete: Jeff Buckley

sexta-feira, 10 de abril de 2009

pastiche

"(...)
Em todo o caso, ele dá grandes festas - disse Jordan mudando de assunto com uma urbana aversão ao concreto. - E eu gosto de festas grandes. Acabam sempre por ser tão íntimas!... Nas festas pequenas não há privacidade nenhuma.
(...)"

por: F. Scott Fitzgerald
em: O Grande Gatsby. pp: 56 (Biblioteca visão/colecção novis)

Impressões [4]

Aprende(r) com o tempo, com a idade... realidade insofismável! Mas porque me sinto a estagnar?

domingo, 5 de abril de 2009

"1979"

De volta ao blogue e para já apenas com a sugestão musical (live):

musica: 1979
interprete: Smashing Pumpkins