quinta-feira, 29 de novembro de 2007

"Indian Music" (lol)

Uma perola, vinda Oriente...
Ahahahahahaha

"Start wearing purple" - Gogol Bordello

musica: Start wearing purple
interprete: Gogol Bordello
album: Gypsy Punks Underdog World Strike, 2005

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

NoiteBranca a 20ª [imposições...]

Com certeza já tiveram a sensação de estar a impor-se a outro(s)...!?
Esta consciência é deveras perturbadora, pois este impor não é por norma intencional, e muito menos é uma imposição com intenções de tentativa de domínio sobre o(s) outro(s)...
Que é então este impor que tantas vezes acontece [a mim acontece] e que tanto nos perturba assim que dele tomamos consciência [a mim perturba]?
É a vontade de ser ouvido, de ter alguém com quem comunicar, um semelhante que nos acompanhe, que nos dê humanidade... é o receio da solidão e do efeito de morte lenta e dolorosa desta... é querer Ser e Estar entre iguais, fazer parte de um colectivo... é Ser Humano!
Que me/nos perturba então?
Tornar-mo-nos excedentes entre esses Outros, não encaixar... sentir que estamos a mais... e aí perdemos a habilidade de nos impor...
Afinal não estamos a impor-nos, estamos sim a tentar fazer parte de um colectivo de semelhantes!

Tenham uma boa noite... não "Branca"...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

(ex)Homens

"...completamente carbonizado... exactamente, é isso mesmo... sair debaixo da terra e apresentar-se... irreconhecível... é de loucos... o que ele diria é o que Nós iremos dizer: «Gostei da Mina!»"

por: Pedro Costa, 22 Novembro 2007

Um abraço meu grande amigo!

"Problema de Expressão" - Clã

Problemas de expressão... são tantos e tão complicados... nada há mais difícil do que alcançar a comunicação fluída com o Outro... Afinal de contas parece ser este o desafio que é viver!

"Só p'ra dizer..."


musica: Problema de Expressão
interprete: Clã
álbum: Kazoo, 1997

sábado, 24 de novembro de 2007

"Downside up (live)" - Peter Gabriel

Actuação retirada do DVD: "Growing Up Live 2003" (ao vivo em Milão)

Deliciem-se...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

NoiteBranca a 19ª

" Para nos lembrar que o amor é uma doença quando nele julgamos ver a nossa cura"
(em: "ouvi dizer" - Ornatos Violeta)

Tenham uma noite não "branca"!

"Ouvi dizer" - Ornatos Violeta

musica: Ouvi Dizer

interprete: Ornatos Violeta

álbum: O Monstro Precisa de Amigos, 1999


Os saudosos Ornatos...

... foram uma banda portuguesa de rock alternativo, com fusão de algumas outras tendências. (incluindo o ska e o jazz)

É uma banda originária da cidade do Porto, composta por Manel Cruz na voz, Nuno Prata no baixo, Peixe na guitarra, Kinörm na bateria e Elísio Donas nos teclados. Com apenas dois álbuns publicados, depressa se tornou uma referência na música portuguesa do final dos anos 90, embora a porção da sua carreira correspondente ao seu maior sucesso tenha durado apenas cerca de três anos, separando-se então os seus membros. Deixaram uma legião de fãs e um eterno Mito do Quinto Império.


links: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ornatos_Violeta
http://www.ornatovioleta.pt.vu/

NoiteBranca, a 18ª [dualidade(s)...]

Vivemos numa sociedade marcada fortemente por ideias de contrários, opostos, dualidades...
Tudo começa no Bem e no Mal, e a partir daqui toda e dualidade é possível: homem - mulher, teoria - pratica, corpo - alma, verdade - mentira, ying - yang, preto - branco, razão - sentimento, utilitário - ritual/artístico, etc...

Qual o sentido disto?
Marcar diferença? Não creio... se bem que diferença seja algo de salutar!
Então o quê? Todo esta criação de opostos passa a meu ver por um julgamento moral e de domínio de uma das partes sobre a outra... turvando deste a visão do outro, tomando-o então como inferior, pior, imoral... Quando na realidade o outro apesar das diferenças tem também semelhanças, é também complemento e parte do todo que almejamos ser e só o conseguimos quando retiramos do nosso ser este "critério de dualidades e opostos".
Porque afinal o oposto pode ser simplesmente o nosso reflexo nas águas de um lago...

Desculpem a divagação louca...

Desejos de uma boa noite... não "Branca"!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"A Natural Disaster" - Anathema

Em: "Were You There - DVD live"

musica: A Natural Disaster
interprete: Anathema
álbum: A Natural Disaster, 2004

Banda criadora de ambientes sublimes...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

"Crystal Ship" - The Doors

musica: Crystal Ship
interprete: The Doors
álbum: The Doors, 1967

domingo, 18 de novembro de 2007

NoiteBranca a 17ª (paralelismo...)

Diz a teoria que no infinito duas rectas paralelas convergem e/ou se cruzam num mesmo ponto...!!! E os caminhos, as relações humanas quando, como e onde se cruzam?!

Desejos de um bom inicio de semana...
Uma boa noite de sono e não "branca"!

"River of Deceit" - Mad Season


musica: River of Deceit
interprete: Mad Season
álbum: Above, 1995


Mad Season foram uma banda grunge formada como um projecto paralelo de integrantes de outras bandas do sub-género em 1994, o que a deu a alcunha de supergrupo grunge. Os seus membros eram o guitarrista Mike McCready dos Pearl Jam, o vocalista Layne Staley dos Alice in Chains, o baterista Barrett Martin dos Screaming Trees e o baixista John Baker Saunders, o único "intruso" ao sub-género, já que não possuia banda alguma na época. Seu único lançamento é o álbum Above, de 1995.

links: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mad_Season http://wc09.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&searchlink=MAD|SEASON&sql=11:gxfpxqlgldde~T1

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

"Hoochie Coochie Man" - Muddy Waters


Muddy Waters no Festival de Jazz de Montreaux, 1972

Great blues... yeah!

"Hunger Strike" - Temple of the Dog


musica: Hunger Strike
interprete: Temple of the Dog
álbum: Temple of the Dog, 1990


Os Temple of the Dog foram mais um projecto temporário de alguns amigos em homenagem ao cantor Andrew Wood do que propriamente uma banda. Andrew foi vocalista do Mother Love Bone, uma das bandas pioneiras do grunge, e morreu em março de 1990, vítima de uma overdose de heroína.
Fizeram parte deste projecto: dois membros dos Soundgarden, o vocalista Chris Cornell (que conhecia Andrew, pois havia sido seu companheiro de quarto em Seattle) e o baterista Matt Cameron; dois ex-membros dos Mother Love Bone, o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament; além de dois ainda desconhecidos amigos de Gossard, o vocalista Eddie Vedder e o guitarrista Mike McCready.
Gravaram um único álbum auto-intitulado, que saiu pela A&M Records, em 1991. O disco recebeu críticas positivas, mas só recebeu a atenção que merecia depois dos Pearl Jam (banda formada por Gossard, Ament, Vedder e McCready após o fim dos Temple of the Dog) estourou ao redor do mundo com seu primeiro disco chamado "Ten".
O nome Temple of the Dog foi tirado de uma das músicas compostas por Andrew para os Mother Love Bone, chamada "Man of Golden Words". Destacam-se nesse disco algumas excelentes músicas como "Say Hello 2 Heaven" e "Reach Down" (ambas compostas por Chris Cornell quando soube da morte do antigo amigo), além da bela "Hunger Strike", onde Cornell e Vedder protagonizam um inesquecível dueto.
Depois do fim dessa homenagem, Cameron e Cornell voltam para os Soundgarden e o resto, como dito acima, formam os Pearl Jam, que é hoje uma das mais populares bandas nascidas na efervescente Seattle dos inícios da década de 90.

Logo após terminarem o álbum, aconteceu o único concerto dos Temple of the Dog, em 13.11.90. Em Setembro de 1992, os membros reúnem-se pela última vez, no último concerto do festival Lollapallooza daquele ano (que contava com a presença dos Soundgarden e Pearl Jam).

Os Pearl Jam ocasionalmente incluem 'Hunger Strike' em alguns dos seus concertos.

Recentemente, Chris Cornell incluiu na setlist da turne do álbum Euphoria Morning a música "All Night Thing" dos Temple Of The Dog.

O Álbum

Temple Of The Dog, lançado em 1991 pela A&M Records

  1. Say Hello 2 Heaven
  2. Reach Down
  3. Hunger Strike
  4. Pushin Forward Back
  5. Call Me A Dog
  6. Times Of Trouble
  7. Wooden Jesus
  8. Your Savior
  9. Four Walled World
  10. All Night Thing

Formação

  • Chris Cornell: vocal, banjo, harmónica
  • Stone Gossard: guitarra
  • Mike McCready: guitarra
  • Jeff Ament: baixo
  • Matt Cameron: bateria, percussão

Participações

  • Eddie Vedder: vocal
  • Rick Parashar: órgão, piano
links (mais informação): http://pt.wikipedia.org/wiki/Temple_of_the_Dog
http://wm10.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&searchlink=TEMPLE|OF|THE|DOG&sql=11:dpfyxqt5ld6e~T1

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

"Sur le Fil" - Yann Tiersen


Yann Tiersen e a sua musica são do tipo que se estranha e depois se entranha, ambientes melancólicos, "folk", dramáticos... para ouvir sempre!

musica: Sur le Fil
interprete: Yann Tiersen
álbum: Le Phare, 1998

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

"Precious" - Depeche Mode


titulo: Precious
interprete: Depeche Mode
álbum: Playing the Angel, 2005

"Letting the Cables Sleep" - Bush




Amazing love song...

titulo: Letting the Cables Sleep
interprete: Bush
álbum: The Science of Things, 1999

terça-feira, 13 de novembro de 2007

NoiteBranca, a 16ª (palavras...)


Porque não se consegue por vezes admitir/expressar aquilo que sentimos..?!
de que temos medo?
Porque guardar algo que nos perturba?


Desejos de uma serena e sincera noite...
não retraida e "branca"...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

"Most High" - Page and Plant



Musica: Most High
Álbum: Walking Into Clarksdale, 1998

Interprete: Jimmy Page & Robert Plant

domingo, 11 de novembro de 2007

Palavro-sentimentos...



"A expressão vocabular humana não sabe ainda, e provavelmente não o sabera nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível"
J. Saramago


Pior do que não haver palavras para descrever, dizer ou explicar aquilo que é humanamente sensível (sentido) é a falta de coragem para dize-lo quando há modo e vocábulos para o fazer...

sábado, 10 de novembro de 2007

NoiteBranca, a 15ª (trabalhos ad eternum...)

Estou desde a passada sexta feira à tarde como que refém do computador e de uma montanha de livros, artigos, papelada no geral, para conseguir responder a mais um prazo da faculdade - na próxima segunda, dia 12 de Novembro há que ter pronta uma apresentação acerca de tecnologia do vidro... - e acreditem não é fácil, termos técnicos - físico-químicos particularmente - já não são por norma fáceis de incorporar [quanto mais passa-los a colegas sob a forma de apresentação de uma aula!] - quando o grosso da bibliografia existente é inglesa, francesa ou castelhana a coisa ainda se complica mais... enfim!!
Este ano o ritmo da faculdade é frenético, há trabalhos para entregar semanalmente, para esta ou aquela cadeira [cada docente deve julgar que só a sua cadeira existe!], a presença nas aulas é obrigatória... quem dera dias com 48 horas - para poder viver e respirar algo mais que faculdade...

Não estando a preparação/apresentação totalmente terminas, estão no bom caminho [assim o espero!] faltando apenas adicionar alguns slides ao powerpoint e afinar alguns conceitos...

Agora o sofá é a única coisa que preenche o meu pensamento...

Boa noite... não "Branca"!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Prince Rupert's Drops (lágrimas de vidro)

Prince Rupert's Drops (Lacrymae Batavicae, Rupert's Balls, Lágrimas de Vidro, Larmes de Verre, Tears Glass)...

...é uma espécie de excentricidade no mundo do vidro: criadas derramando uma gota de vidro em fusão - derretido e quente - em agua fria. O vidro arrefecido fica com uma forma "tipo girino" com um bolbo e uma cauda comprida e fina. Da-se um rápido arrefecimento da parte externa do vidro da gota enquanto que o seu interior se mantem relativamente quente. Quando eventualmente o interior arrefece, contrai-se no interior da já sólida camada exterior. Esta contracção provoca grande stress compressivo na superfície enquanto o interior fica sob tensão - uma espécie de vidro temperado. Aliado este stress permanente ás pouco usuais qualidades e características da gota, tais como suportar um golpe de martelo na extremidade bolbosa sem se quebrar, ou desintegra-se completamente numa espécie de explosão em caso de toque - mesmo ligeiro ligeiro - na cauda. Quando isto, a "explosão", ocorre da-se a libertação da quantidade grande de energia potencial armazenada na estrutura da gota, fazendo com que as fracturas se propaguem através do material a alta velocidade - desintegrando-se por completo em pó de vidro.

Reza a lenda, que as gotas foram descobertas supostamente em torno do ano de 1640 pelo Príncipe Rupert do Reno (1619-1682), neto de James I e sobrinho de Charles I de Inglaterra. Diz-se que o rei usaria frequentemente as gotas como uma piada/partida na sua coorte. Dando uma gota a um seu cortesão ou cortesa partindo depois então a cauda causando uma explosão pequena na mão dessa pessoa que se surpreenderia/assustaria...



- http://www.answers.com/topic/prince-rupert-s-drop;
- http://youtube.com/watch?v=Pdy2_vi0FfM
- http://www.inrp.fr/she/images/thermodyn/bataviq.jpg

terça-feira, 6 de novembro de 2007

NoiteBranca, a 14ª (novidade...)

Inaugurei na postagem anterior um género de "montra" daquilo que foram, são, estão a ser e virão a ser as minhas leituras, onde colocarei passagens, frases ou qualquer outro tipo de curiosidade que suscite ou tenha suscitado a minha atenção particular, ou que ache simplesmente "bela"....

Nao é nada de novo, algo que ninguém alguma vez tenha feito, mas pode ser que leve alguém a ficar interessado em ler esta ou aquela obra e quiçá comenta-la ...

Desejos de uma boa noite de sono e não "branca"

Cérebro, mãos, dedos...

“(…)Na verdade, são poucos os que sabem da existência de um pequeno cérebro em cada um dos dedos da mão, algures entre a falange, a falanginha e a falangeta. Aquele outro órgão a que chamamos cérebro, esse com que viemos ao mundo, esse que transportamos dentro do crânio e que nos transporta a nós para que o transportemos a ele, nunca conseguiu produzir senão intenções vagas, gerais, difusas, e sobretudo pouco variadas, acerca do que as mãos e os dedos deverão fazer. Por exemplo, se ao cérebro da cabeça lhe ocorre a ideia de uma pintura, ou musica, ou escultura, ou literatura, ou boneco de barro, o que ele faz é manifestar o desejo e ficar à espera, a ver o que acontece. Só porque despachou uma ordem ás mãos e aos dedos, crê, ou finge crer, que isso era tudo quanto se necessita para que o trabalho, após umas quantas operações executadas pelas extremidades dos braços, aparecesse feito. Nunca teve a curiosidade de se perguntar por que razão o resultado final dessa manipulação, sempre complexa até nas suas mais simples expressões, se assemelha tão pouco ao que havia imaginado antes de dar instruções ás mãos. Note-se que, ao nascermos, os dedos ainda não têm cérebros, vão-nos formando pouco a pouco com o passar do tempo e o auxílio do que os olhos vêem. O auxílio dos olhos é importante, tanto quanto o auxílio daquilo que por eles é visto. Por isso o que os dedos sempre souberam fazer de melhor foi precisamente revelar o oculto. O que no cérebro possa ser percebido como conhecimento infuso, mágico ou sobrenatural, seja o que for que signifiquem sobrenatural, mágico e infuso, foram os dedos e os seus pequenos cérebros que lho ensinaram. Para que o cérebro da cabeça soubesse o que era a pedra, foi preciso primeiro que os dedos a tocassem, lhe sentissem a aspereza, o peso e a densidade, foi preciso que se ferissem nela. Só muito tempo depois o cérebro compreendeu que daquele pedaço de rocha se poderia fazer uma coisa a que chamaria faca e uma coisa a que chamaria ídolo. O cérebro da cabeça andou toda a vida atrasado em relação ás mãos, e mesmo nestes tempos, quando nos parece que passou à frente delas, ainda são os dedos que têm de lhe explicar as investigações do tacto, o estremecimento da epiderme ao tocar o barro, a dilaceração aguda do cinzel, a mordedura do acido na chapa, a vibração subtil de uma folha de papel estendida, a orografia das texturas, o entramado das fibras, o abecedário em relevo do mundo. E as cores. Manda a verdade que se diga que o cérebro é muito menos entendido em cores do que crê. É certo que consegue ver mais ou menos claramente visto o que os olhos lhe mostram, mas a s mais das vezes sofre do que poderíamos designar por problemas de orientação sempre que chega a a hora de converter em conhecimento o que viu. Graças à inconsciente segurança com que a duração da vida acabou por dota-lo, pronuncia sem hesitar os nomes das cores a que chama elementares e complementarias, mas imediatamente se perde, perplexo, duvidoso, quando tenta formar palavras que possam servir de rótulos ou dísticos explicativos de algo que toca o inefável, de algo que roça o indizível, aquela cor ainda de todo não nascida que, com o assentimento, a cumplicidade, e não raro a surpresa dos próprios olhos, as mãos e os dedos vão criando e que provavelmente nunca chegará a receber o seu justo nome. Ou talvez já o tenha, mas esse só as mãos o conhecem, porque compuseram a tinta como se estivessem a decompor as partes constituintes de uma nota de música, porque se sujaram na sua cor e guardaram a mancha no interior profundo da derme, porque só com esse saber invisível dos dedos se poderá alguma vez pintar a infinita tela dos sonhos. Fiando de que os olhos julgaram ter visto, o cérebro da cabeça afirma que, segundo a luz e as sombras, o vento e a calma, a humidade e a secura, a praia é branca, ou amarela, ou dourada, ou cinzenta, ou roxa ou qualquer coisa entre isto e aquilo, mas depois vêm os dedos e, com um movimento de recolha, como se estivessem a ceifar uma ceara, levantam do chão todas as cores que há no mundo. O que parecia único era plural, o que é plural sê-lo-á ainda mais. Não é menos verdade, contudo, que na fulguração exaltada de um só tom, ou na sua musical modulação, estão presentes e vivos todos os outros, tanto os das cores que já têm nome como os das que ainda o esperam, do mesmo modo que uma extensão de aparência lisa poderá estar cobrindo, ao mesmo tempo que os manifesta, os rastos de todo o vivido e acontecido na historia do mundo. Toda a arqueologia de materiais é uma arqueologia humana. (…)”

Em: “A Caverna”, José Saramago (paginas: 82 a 84)

Ed. Caminho, Lisboa – 2000

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

NoiteBranca, a 13ª ["Gavetas"... em torno de (Pré)Conceitos]

“Gavetas”

Conceitos, (pré)conceitos, classificações, normas, conduta…

Faz sentido que sempre que algo “novo” se nos apresenta tenhamos sempre que o catalogar???!!! É-nos impossível agir de outra forma? É isto algo deplorável? Ou apenas natural – outro conceito de difícil resolução – e até de salutar!?

A ver se me explico: sempre que observamos/conhecemos algo ou alguém novo, tendemos logo a “colar-lhe uma etiqueta” mais ou menos abonatória, mais ou menos volátil… E isto baseados em quê? Na impressão que tal nos cause…

Visto assim parece algo deplorável – preconceituoso – arbitrária, sem base racional! Mas será mesmo assim? Não contam a nossa experiência – e educação – em nada neste “julgar”? E em que ou com que peso?

Após tantas duvidas, ficar-me-ia bem procurar dar resposta – sem bem que sempre de carácter pessoal, ou seja, sempre dependente da(s) minha(s) experiência(s) e (pré)conceito – então cá vai:

Como acima escrevo, julgo que é uma quase impossibilidade humana a fuga a este “engavetamento” e formulações de impressões constantes da nossa parte em relação a tudo e todos que nos rodeiam – independentemente do maior ou menos grau de contacto com esse “outro” – pelo que o que há a fazer é tornar estes (pré)conceitos em meios de conhecimento do “outro” – coisa, assunto ou pessoa – ou em ultima instancia não interferir e meramente respeitar e reconhecer a existência desse “outro”…

Reconheço no meu discurso alguma inclareza e falta de objectividade ou até incorrecções estruturais…

Mas não sejamos (pré)conceituosos – ser-nos-á possível??!! – afinal a diferença e diversidade são salutares… E permitem-nos abrir novas gavetas (que é tão bom!) =)

Desejos de uma serena noite… e não “branca”!

sábado, 3 de novembro de 2007

NoiteBranca, a 12ª ("regresso" das NoitesBrancas)

Passadas algumas semanas em que as entradas do blogue foram quase inexistentes ou então meros pequenos "apontamentos", as NoitesBrancas vão ao que tudo indica voltar ao activo, acesso à Internet já existe agora só falta que hajam tempo e insónias para que tal regresso se concretize com regularidade...

Como todos os "regressos", devo confessar que também este é estranho e difícil, isto porque para que o blogue volte a viver é preciso que nele seja escrito algo de interesse, algo que "valha a pena" e no momento sinto-me uma "Ilha", aguem sem nada útil para dizer ou algo que a terceiros interesse "ouvir"... Sem estes requisitos, que sentido faz colocar entradas no blogue por colocar - com lugares comuns e vazias de conteúdo!?

O fim de semana corre a uma velocidade estonteante... os trabalhos e estudo para a faculdade são uma constante... há que aproveitar o tempo.... Vá, não percas aqui mais do teu tempo...

Um bom fim de semana a todos!

Os desejo de uma noite agradável... e não Branca!

"Crónicas Portuguesas", 25 anos de Fotografia em Portugal

"O Portugal de Georges Dussaud, esse país que parece tão próximo e tão longe, é um dicionário de sensações de comprazimento e memória; um documento quase secreto de muita saudade nossa. Usando um contraste quase violento do claro-escuro, fazendo com que as cinzas da luz percorram, aparentemente soltas, o papel, como resíduos de carvão e mantendo no modo de olhar o mundo, um humanismo indefectível, Georges Dussaud inventou para nós a gentileza de ser e de existir que nos agrada. Talvez que o que faz destas imagens a sedução do lugar e das pessoas, seja precisamente essa aparente contradição da dureza da luz e sombra e do emaciamento dos sentimentos. Há aqui aquele olhar sóbrio de Miguel Torga, que sentimos nosso e alheio, íntimo, mas duro e intransigente- com o sol, a claridade, os rostos, os gestos; daquela intimidade que se ganha, sabendo de si e dos outros. E, naturalmente, a magia dos enquadramentos, o acabado da composição, onde não cabia nenhum excesso mais. Georges Dussaud ainda acredita no homem e nas suas andanças, nas suas lides do quotidiano, interrompe-se na beleza da paisagem e na justeza do olhar. E este é, pois, o país percorrido há 25 anos, imobilizado em imagens a que recusamos a análise e esquecemos a cor que tudo cobre. Não é com nostalgia que o olhamos, mas é com saudade que lhe damos o nome. A saudade é tão portuguesa como estas imagens quase telúricas nos parecem, faz do pretérito um futuro a haver, é, sempre, um salto para o desconhecido, para o mistério. E é isso que aqui vemos, essa pulsão, esse fluir, esse exame.

Breve Biografia do autor

Georges Dussaud, (Brou, Eure et Loir, Bretagne) As reportagens internacionais de Georges Dussaud, desde 1975, (Grécia, Portugal, Irlanda, Índia, Cuba, França tornaram conhecidas as suas imagens daquele humanismo fotográfico tardio que a Magnum soube realizar e recolher e que revela na Agência RAPHO, de Paris, a que pertence desde 1986. São fotografias de um fotógrafo flanneur, viajante e vagabundo da fotografia directa mas profundamente subjectiva e, naturalmente a preto e branco. Fixou em Portugal a paisagem e os homens no seu modo peculiar, (que já foi comparado a Koudelka), onde cada imagem é enquadrada com o que a cultura do olhar sugere ao fotógrafo, geometrizante, dinâmica ou estática, emotivamente centrada na estranheza dos lugares e das expressões. Foi dos primeiros, no nosso país, a ultrapassar a escola da Casa Alvão no Douro, dando-nos a vertigem dos montes e lugares sem a amabilidade do humanismo português, imagens incluídas no seu projecto-encomenda do governo francês em 1990, "Europe Rurale 1994". Outros projectos seus podem ver-se em diversa bibliografia, destacando-se Presqu’une île – sentiers douaniers en Bretagne, livro que obteve o prémio do mais belo livro marítimo 2005 no Festival Livre e Mar de Concarneau. Tem em preparação um livro que inclui a selecção pessoal das suas melhores 50 imagens ("Georges Dussaud-voyages photoghraphiques"), nas Editions de Juillet. Expõe regularmente em França, Irlanda e Portugal, Brasil, México, Itália fazendo parte de inúmeras colecções nestes países. Em Portugal, onde tem participado nos Encontros Fotográficos de Coimbra e de Braga, participa em diversos álbuns e catálogos e os livros "O Trás-os-Montes de Georges Dussaud", com textos de Gerard Castello Lopes, "Portugal e Índia", do Arquivo Fotográfico de Lisboa, "Portugal terra fria", Assírio & Alvim, "Douro de cepas e fragas", Instituto Vinho do Porto e "Trás-os-Montes", Assírio e Alvim, (1984). Pertence às colecções Nacional de Fotografia, C.P.F., Arquivo Fotográfico de Lisboa, Museu da Imagem, Braga."

Texto e fotografia em: http://www.cpf.pt/exposicoes.htm#t3

Foi apenas ontem que vi esta exposição...Georges Dussaud no centro Português de Fotografia (Cordoaria, Porto)
Uma belíssima e fascinante exposição de fotografia de alguém que conseguiu captar a "alma" do(s) povo(s) de Portugal

informação útil:14 Jul. a 4 De Nov. 2007
entrada gratuita
horário - 3ª a 6ª das 10.00 às 12.30 e das 15.00 às 18.00
Sábados, domingos e feriados: das 15.00 às 19.00

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Pontapé no Português


Estilo "rócócó"... nem me vou alongar em comentários
(placa informativa/descritiva das ruínas arqueológicas da Casa Grande, Freixo de Numão)

Gravuras Do Côa

Foi apenas no passado mês de Setembro que visitei pela 1ª vez alguns dos núcleos com Gravuras Paleolítico Superior (cerca de 25000 até 10000 anos a.C.) de Vila Nova de Foz Côa, e devo dizer que superou todas as minhas expectativas... o traço é por norma lindíssimo e de uma leveza e subtileza indescritíveis.


(pormenor da parte inferior - cavalo(s) e égua - da Rocha 4 do Núcleo da Penascosa)