quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

...2009

As NoitesBrancas desejam aos que as visitam um bom ano de 2009... que este seja repleto de luz...

(fotografia tirada em Outubro de 2008)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

...

Não faz muito o "estilo" deste espaço, mas desta enjoei definitivamente...

Este blogue (e seu autor) estão de luto pelas vitimas palestinianas do terrorismo déspota de Israel e pela indiferença da comunidade internacional (entidades e indivíduos)

domingo, 28 de dezembro de 2008

"Blindness | (Ensaio sobre a) Cegueira"

Hoje, após o almoço, decidi-me finalmente a ir ver o filme "Blidness" de Fernando Meireles [sim eu sei que já esta em exibição há imenso tempo] baseado no romance de José Saramago "Ensaio Sobre a Cegueira", que é, na minha opinião, uma obra literária de qualidade superior em que a metáfora da (des)Humanidade* é perfeita e em que o pessoal (ser unitário e único) se confunde numa amalgama informe com o impessoal (o conjunto de pertença).

Assim que soube da rodagem do filme (ainda em 2007 julgo) fiquei com vontade de ver o resultado, a capacidade de passar a imagem(ns) vivas aquele enredo, enredo que afinal também havia imaginado aquando da leitura... a face dos personagens, o seu aspecto (estereótipos?), a sua vida antes da "cegueira branca"... e sobretudo as suas pessoas - seus nomes - pois no universo de Saramago a individualidade dos personagens não é, normalmente, obtida através de nomes, mas de características (físicas, de relação, de actividade, etc). Ou seja, tinha elevado as expectativas acerca do filme [embora sabendo que um filme não pode nunca conter "toda" a narrativa de um romance, sobretudo de um tão denso de valores, de metáforas/ficções e realidades, de alegorias, de contemporaneidade, de vida e de cada um que o lê enquanto tal e enquanto ser], e estas expectativas elevaram-se ainda mais quando Saramago após ver o filme lhe ter dado o seu aval numa perspectiva emocional [que sempre pode levar ao turvar da razão].

Então porquê ter demorado tanto tempo a decidir-me ir ver?
A confusão dos centros comerciais (onde hoje estão a maior parte das salas de cinema), e, sobretudo, as criticas acerca do fraco valor cinematográfico e de capacidade adaptativa de Ensaio sobre a Cegueira para o grande ecrã [por vezes, mesmo com consciência de tal, e sabendo da sua fraca validade para o gosto pessoal de cada um, deixamos-nos influenciar por aquilo que lemos e ouvimos], o que me levou a atrasar/resfriar a minha curiosidade e vontade... até hoje!

Para um visionamento não-turvo fui sozinho, para ser capaz de me entregar...

Antes de mais... não é um filme/livro sobre cegos, ou melhor, não é apenas (nada) isso!
O filme foi para mim causador de sentimentos muito desiguais, isto é, na prática consegue transmitir muita da mensagem (da alegoria) do romance de Saramago, é cru como este, cru no sentido de ser capaz de abordar e transmitir através dos personagens (sem nome) o melhor e o pior [expressão aqui utilizada por incapacidade de encontrar outra mais adequada, pois não procuro, nem quero, fazer aqui juízos de valor acerca do Homem e seu(s) modo(s) de estar/ser], possui opções estéticas de algum interesse (se bem que nada de inovador e inesperado para o conteúdo) e planos perfeitos [quase demasiado perfeitos para o contexto]... Saramago esta lá (sem sombra de duvida), mas é apenas Saramago que lá está, e por muito que isso (me tenha) agrade(o), o cunho mais pessoal do adaptador deixa, ou pode deixar, o espectador órfão [se bem que não completamente] de identificação pessoal com o filme... não deixando de haver emoção(ões) [nossas e dos personagens] no entanto...
Para quem não leu o romance, pode ainda parecer (durante quase todo o filme) que apenas foram foram contagiados pela cegueira branca e pela (des)humanidade os personagens aprisionados na quarentena, num caso local e não global (como realmente sucede).

Em suma, pessoalmente gostei da adaptação de Meireles [é a possível, ou uma das possíveis, para uma obra de tal valor] não me tendo desfraldado grandemente as expectativas, sendo um bom filme (entretenimento e ao mesmo tempo capaz de levantar questões) quer para quem já leu o romance, mas sobretudo para quem não leu, que em minha opinião sairá da sala com vontade de -lo para entender e conhecer a totalidade da narrativa... e, em ambos os casos com a vontade de reler e rever Ensaio Sobre a Cegueira [para perceber em definitivo se gostou e apreendeu...]

A cena mais marcante do filme para mim: a chuva com a simplicidade do momento em que os personagens procuram lavar-se/limpar-se da sua angústia fisica e mental...

A (re)ver sem dúvida!


" Carmina Burana"

A sugestão musical desta semana é a ópera Carmina Burana de Carl Orff - uma cantata encenada ao estilo neo-medieval - de que aqui fica o trecho O Fortuna (talvez o mais famoso deste compositor) o "clímax" que fecha a composição:

música: O Fortuna [Imperatrix Mundi] (trecho de Carmina Burana), 1937
compositor: Carl Orff
interpretação: The BBC National Orchestra and Chorus of Wales, 1994

sábado, 27 de dezembro de 2008

(o) pensamento

"(...)
Digamos agora, por respeito à verdade, que o seu pensar não foi assim tão claro, o pensamento, afinal de contas, já por outros, ou o mesmo, foi dito, é como um grosso novelo de fio enrolado sobre si mesmo, frouxo nuns pontos, noutros apertado até à sufocação e ao estrangulamento, está aqui, dentro da cabeça, mas é impossível conhecer-lhe a extensão toda, seria preciso desenrolá-lo, estendê-lo, e finalmente medi-lo, mas isto, por mais que se intente, ou finja intentar, parece que não o pode fazer o próprio sem ajudas, alguém tem de vir um dia dizer por onde se deve cortar o cordão que liga o homem ao seu umbigo, atar o pensamento à sua causa.
(...)"

em: O Evangelho segundo Jesus Cristo (pp: 37 e 38)
José Saramago
Ed. Caminho

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

natal...

E pronto, cá esta de novo o reboliço que é o Natal... e, por muito que o tente negar (não gosto muito desta quadra) não me passa indiferente. Portanto, e correndo o risco de cair em alguns lugares-comuns, cá vai o que deveria ser em meu entender esta quadra e os meus desejos para a mesma.


O Natal não é já, ou não deve se-lo (apenas), uma celebração e acto religioso-católico, pois, tal como eu, muitos não crentes vivem e são actuantes nesta quadra. Deve ser uma época de partilha(s) entre iguais, uma experiência sensual, dos sentidos [ai a gula!] e dos sentimentos, onde os excessos (de carga positiva) se devem permitir, incentivar e praticar. Um período em que não pode haver pudor em procurar aquele/a(s) de quem se sente vontade de ouvir a voz e que constantemente se hesita procurar com o receio de incomodar ou por falta de tempo [a mais descarada das desculpas... que tantas vezes também aplico!]...



O Natal é uma criança com a felicidade de um regalo estampada com sinceridade no rosto. É dar... e receber...





Resta-me desejar aos que visitam este espaço [e a toda a gente que nunca lerá isto] um:

FELIZ NATAL!
Feliz Navidad!
Joyeux Noël!
Merry Christmas!
Kola Christougenna!
Buon Natale!
Frohe Weihnachten!
...

E agora vou contribuir [se bem que modestamente] para o Natal...

domingo, 21 de dezembro de 2008

NoiteBranca, a 62ª [sinto-me...]

Já te ignoraram na rua? Alguém que julgavas conhecer e confiar - um amigo(a) - e que num espaço publico se esquiva de ti olhando para o lado e ajeitando o cabelo fingindo não te ver/conhecer?
É algo desolador, mais penoso do que ser ridicularizado - também em espaço publico - por um alguém (um ser por norma idiota o qual não merece nada mais que o desprezo!)...

Sinto-me...

Sê verdadeiro (positava e negativamente) com aqueles que tratas pessoalmente...
Desejo-te uma noite não "branca"!

Hyper-Ballad

Sugestão musical da semana:

musica: Hyper-Ballad
interprete: Björk

álbum: Telegram, 1997


"(...)
I go through all this
Before you wake up
So I can feel happier
To be safe again with you
(...)"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

subterrâneo...

"Sou um homem doente... Sou um homem mau. Um homem repulsivo, é isso que eu sou. Acho que tenho alguma coisa no fígado. De qualquer modo, não entendo que raio de doença é a minha, não sei ao certo que me faz sofrer. Não me trato, nunca me tratei, embora respeite a medicina e os doutores. Além do mais, é intolerável como sou supersticioso; enfim, o suficiente para respeitar a medicina. (...)"

Em: Cadernos do Subterrâneo;
Fiódor Dostoiéski

domingo, 14 de dezembro de 2008

"Song to the Siren"

A sugestão musical desta semana é a música "Song to the Siren", um original de Tim Buckley, que aqui fica em três, todas elas bastante diferentes, fabulosas versões...

interprete: This Mortal Coil
álbum: It'll End in Tears, 1984



interprete: Robert Plant
álbum: Dreamland, 2002



interprete: Tim Buckley
álbum: Starsailor, 1970


"On the floating, shapeless oceans
I did all my best to smile
til your singing eyes and fingers
drew me loving into your eyes.

And you sang "Sail to me, sail to me;
Let me enfold you."

Here I am, here I am waiting to hold you.
Did I dream you dreamed about me?
Were you here when I was full sail?

Now my foolish boat is leaning, broken love lost on your rocks.
For you sang, "Touch me not, touch me not, come back tomorrow."
Oh my heart, oh my heart shies from the sorrow.
I'm as puzzled as a newborn child.
I'm as riddled as the tide.
Should I stand amid the breakers?
Or shall I lie with death my bride?

Hear me sing: "Swim to me, swim to me, let me enfold you."
"Here I am. Here I am, waiting to hold you."


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

...

Fotografia e edição: Mauro Correia
Almendra, Novembro de 2008

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

NoiteBranca, a 61ª [...]

Insónia a pensar em...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Adrenaline

Sugestão musical da semana:

musica: Adrenaline
interprete: Gavin Rossdale
álbum: Triple-X (soundtrack),
2002

"You don't feel the pain

Too much is not enough
Nobody said this stuff makes any sense
We're hooked again

Point of no return
See how the buildings burn
Light up the night
Such pretty sight

Adrenaline keeps me in the game
Adrenaline you don't even feel the pain
Wilder than your wildest dreams
When you're going to extremes
It takes adrenaline
(You don't feel the pain)

Sail through an empty night
It's only you and I who understand
There is no plan

Get closer to the thrill
Only time will kill
What's in your eyes
Is so alive

Adrenaline keeps me in the game
Adrenaline you don't even feel the pain
Wilder than your wildest dreams
When you're going to extremes
It takes adrenaline

Run through the speed of sound
Every thing slows you down
And all color that surrounds you
Are bleeding to the walls
All the things you really need
Just wait to find the speed
Then you will achieve
Escape velocity

Too much is not enough
Nobody gave it up
Im not the kind
To lay down and die

Adrenaline
keeps me in the game
Adrenaline
you don't even feel the pain
Wilder than your wildest dreams
When you're going to extremes
It takes adrenaline

Adrenaline
Screaming out your name
Adrenaline
you don't even feel the pain
Wilder than your wildest dreams
When you're going to extremes
It takes adrenaline

(Adrenaline)

You don't even feel the pain
You don't even feel the pain
I'm going to extremes
There is nothing in between
You don't even feel the pain
You don't even feel the pain
You don't even feel the pain
You don't even feel the pain"