quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

NoiteBranca a 26ª [inversão...!?]

Durante a tarde do dia de hoje estive entre outras coisas a ler um pequeno conto de Oscar Wilde intitulado "O Fantasma de Canterville (Um romance Hilo-Idealistico)" escrito em finais do século XIX.
A historia é simples, retrata a vinda de uma família de burgueses (novos-ricos) norte-americanos para Inglaterra (o velho mundo) onde compraram um antigo Castelo, castelo este que se encontra desde o século XVI assombrado, informação esta - a da assombração - que ao contrario do que seria de esperar os motiva ainda mais para se mudarem. No1º contacto da família com o fantasma (de nome Sir Simon), inicia-se imediatamente uma total inversão dos moldes pelos quais poderíamos julgar ir dar-se a narrativa, são os vivos que assustam – com os seus modos grosseiros, a sua inconsciência do perigo, a sua "modernidade" e sua total descrença em tudo que não seja "novo" – a "alma-penada" e que a partir daí de tudo farão para entrar em contacto e perturbar esta, vendo-se/sentindo-se o fantasma num estado de perturbação e medo doentios num local a que esta condenado a permanecer para toda a eternidade... [a narrativa não se resume apenas a isto, mas seria indecente da minha parte desvendar todo o seu conteúdo a potenciais leitores: “O Crime de Lorde Artur Savile e outros contos” da editora – Biblioteca editores Independentes].

Este pequeno conto e em particular a situação do fantasma, fizeram-me lembrar muito algumas situações que temos por norma como adquiridas e verdadeiras, mas que se olhadas de uma outra perspectiva, num outro momento, por uma outra pessoa ou num diferente contexto, podem transmitir-nos precisamente a impressão/informação inversa (ou contrária!)…

Desejos de uma óptima noite, não “branca”!

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