Sinto-me um cidadão desrespeitado pelos serviços públicos – sim aqueles que todos pagamos e de que somos “patrões”, que servem para nos servir.
Passo a explicar: sou aluno da Fac. Letras da Unv. Porto (vulgo FLUP) – ou como eu simpaticamente a apelido “circo” – e circo porque? Porque dentro deste estabelecimento se passam as situações mais idiotas, desrespeitosas e incoerentes que se possa imaginar…
Embora já nada me surpreenda vindo desta “instituição” – a competência e boa qualidade de serviços (desde a qualidade do ensino, passando pelos serviços como secretarias, bares e cantina, departamentos, biblioteca…etc. terminando numa fabulosa associação de estudantes) são a imagem de marca… ou então não – o ultimo acontecimento prende-se com as inscrições no novo ano lectivo. Estas inscrições tinham o inicio previsto para o dia de hoje (3 Setembro) via web ou então dirigindo-nos aos serviços académicos no edifico da faculdade… claro esta deu barraca.
As inscrições via Internet não estão ainda disponíveis, estariam segundo indicação no site da FLUP (já um 1º aviso de “problemas técnicos”) disponíveis ao final da tarde [não sei que hora concreta é o “final da tarde”!], e oohh surpresa ao “final da tarde” novo aviso: “inscrições disponíveis a partir do dia 4 (amanha) ás
Mas… esperem há mais!!! [ou julgavam que isto da FLUP era assunto tão básico/banal e sem sabor), este ano vai dar-se a integração em”Bolonha” [sim tão tarde!] e feita à pressa e encima do joelho…. Como tal, idiotice e barracada pela certa…
Não conhecendo o panorama dos restantes cursos do “estabelecimento”, na licenciatura de Arqueologia, o panorama da mudança (é mais uma espécie de pilling… que correu mal) é digno figurar entre a literatura do incoerente e do absurdo… se Jaroslav Hasek tivesse tido conhecimento desta ilustre instituição não teria certamente escrito “O Valente Soldado Chveik”, teria isso sim as absurdas peripécias de: “Um discente (valente) na FLUP”… mas vamos lá então à descrição da comédia: muda o nome da licenciatura, mudam o nº de anos para a terminar de 4 para 3, mudam os nomes das cadeiras – mantendo os «conteúdos» [sim ás aspas indicam sarcasmo] e os docentes – reduzem a nada a pouca componente pratica do curso [claramente arqueologia não necessita de uma componente pratica… enfim, palhaços], e reduzem também as possibilidades de realização e do nº de cadeiras de opção (embora no plano do curso elas sejam em numero e teor bastante apelativo… teoria e pratica são dispares), alunos a transitarem de regime a meio do curso [que é o meu caso] com processos de equivalências ainda incompreensíveis. Mas estas incoerências eram aquelas já esperadas. As novas surgiram nos dias de ontem e de hoje, passo a explicar: com a integração e “Bolonha” são exigidas uma maior componente de trabalho e investigação por parte dos alunos, bem como uma presença/frequência assídua mas aulas (75% no caso do meu curso) num regime vulgarmente chamado de avaliação continua… em arqueologia tal regime incorre no risco de se tornar num “neo-kafakianismo” devido ao absurdo do seu estado actual: começo pelos horários, em que os horários das poucas cadeiras optativas que comporta o curso são os mesmos das cadeiras base do curso (isto pelo menos no caso do meu ano, o 3º), ou seja, tendo que estar presente em 75% das aulas e tendo as diferentes cadeiras no mesmo dia e hora, terei ou que me multiplicar (ao estilo “dragon ball”) acho que não sou capaz… ou então arranjar um clone (não sabia que tal já era permitido!), pois senão estou automaticamente reprovado. A questão ganha contornos ainda mais ridículos quando ao ler o programa das disciplinas que irei ter de frequentar ao longo do ano lectivo, terem com única componente de avaliação, ou seja, a totalidade da aprovação, dependente de um…. Exame final (de 2horas), então onde esta a investigação e a orientação e proximidade dos docentes requeridas e tão empoladas como uma das inovações e melhoramentos obtidos com “Bolonha”? Nah, para quê… o que importa é prender por obrigação os alunos nas aulas (aulas sem conteúdo na maior parte das vezes e em que se ouve “lavares de roupa suja”) pois os senhores doutores estavam a ficar sem uma plateia de “carneiros ouvintes e mudos” – sim pois aluno não deve intervir/interagir com o processo de conhecimento, deve sim ouvir e papagear - e o seu ego devia estar a ressentir-se… coitados!
Ufffff… estou cansado desta FLUP… absurdo e incompetência em excesso são duma monotonia…
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